quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bizarras conexões sentimentais - Parte II

Os Walker, apaixonantes.


Como é importante ter harmonia em casa, pra mim, harmonia está diretamente ligada com a felicidade e a paz interior. Uma amiga contou que o pai não aceita o namorado dela, isso já se vão dois anos q eles estão juntos e o rapaz é super digno e direito, e o pai apenas nao aceita ter de dividir a filha com um outro homem.

Por sorte, meu pai não tem o menor problema com isso. Adora o namorado, inclusive chama a churrasqueira de "canto dos genros", incluiu ele no nosso plano de saúde, deixa ele dirigir o carro dele, e assistem aqueles filmes ridiculos de ficção cientifica e corrida juntos, só não combinam no futebol, papai flamengo e o namorado (e eu) corinthians.

Na casa do namorado, tb não tenho o menor problema. O nosso relacionamento é ótimo, e tenho até meu auau q eu amo, mora lá (ta com carrapato por sinal, tadinho).

Tem meninas que surtam com a possibilidade de estarem sendo meio-mãe dos namorados, uma amélia-moderna. Assumo esse papel sem o menor receio, até pq o namorado perdeu a mãe dele e não tem quem faça certas coisas, como arrumar guardarroupa, separar roupa suja d roupa limpa, ver se alguma precisa de uma costura, ou se algum tênis precisa ser lavado, trocar cadarço, ah, sou desse tipo, zelosa sem ser melosa.

A exemplo de uma das minhas melhores amigas que já se casou, refleti... ao contrário dela, não conseguiria me tornar uma dona-de-casa, submissa ao marido e dependendo do dinheiro dele pra fazer as compras do mês ou mesmo passando necessidades por isso. Fui criada para ter um futuro brilhante, educada em colégio particular, iniciei no inglês aos seis anos e hoje sou fluente, alemão intermediário, viagens ao exterior e uma bagagem cultural vasta. Se ainda não sou formada nem tenho o emprego dos meus sonhos é em decorrência das batalhas que tive que vencer antes de poder começar a viver normalmente.

Casar? Com certeza está nos meus planos, mas nunca me vestir de bolo ou festa chique, pelo contrário, algo simples, numa fazenda, coquetéis diversos ao som de músicas que marcaram o namoro, como, Michael Bublé, John Mayer, Bryan Adams, The Corrs, Engenheiros Hawaii, Roupa nova... bem q eu podia ganhar na loteria (a boa e a de verdade) neam?

"...a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade."
Mário Quintana

Foto: Família Walker, do seriado americano 'Brothers & Sisters'

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O ponto P de Penélope


Qual celebridade você gostaria de conhecer e ter como amiga? Amiga como a tua amiga que sai pra comer um Mc ou dar uma volta no shopping? A minha, sem a menor dúvida, é a Penélope Nova, 35 anos, baiana, 22 tatuagens, VJ da MTV.

Sincera, que com sua atitude espanta e atrai quem deve, é honesta, não tem medo de julgamentos e não está aqui para agradar ninguém, apenas a si mesma, e por ser assim, acaba agradando a muitos. Minha "relação" com ela começou no "Ponto Pê" extinto programa sobre sexo que ela tinha na MTV. Quantas coisas eu nao aprendi com essa mulher, gente! Mais que qualquer namorado ou ex namorado tenha ensinado, em dar o marquês, no oral, em falar e se liberar na cama, foi uma verdadeira professora de sacanagem, aprendi que gostar de sacanagem é bom! Como ela diz:

"Eu gosto de sacanagem na cama. Bastante! Sacanagem verbal. Não sou feminista. Não me sinto humilhada quando sou dominada. Sou independente, pago as minhas contas e trabalho desde muito cedo. Em alguma hora alguém tem que mandar em mim"

"Você não tem que pôr em prática o Kama Sutra para mostrar que é fogosa ou gosta de sexo. Ninguém precisa provar nada."

"Percebi que posso ser contra o silicone e colocar silicone"

“Já transei com mulher, mas não adianta: gosto de homem”

"Até hoje mantenho longas relações com o chuveirinho na hora do banho".


Pê, quem sabe um dia gente se cruza, vou ser aquelas fãs chatas não, vou apenas ser simpática e te cumprimentar como se já te conhecesse e você soubesse de todas as minhas maiores intimidades, safada!


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Compro meus peitos e pago avista

Inframamário;Submuscular;Texturizada;380ml perfil alto;

Peitos. Seios... Causou escândalo essa semana quando a modelo inglesa Nicola McLean disse publicamente que não amamentaria seu filho, pois os seios são um órgão sexual do seu corpo e apenas para apreciação do marido. Nada demais, cada mulher faz o que quer, quem vai aguentar ou não as mordidas, rachaduras e machucados?

Sonho com os meus peitões, devido a toda confusão hormonal que meu corpo tem, não tive desenvolvimento satisfatório dos seios, eles sao pequenos, bicudos e delicados. Desde o ano passado corro atrás de cirurgiões plásticos para colocar silicone e apesar da minha cidade ser polo de referência médica, ter ido em quatro cirurgiões, o que vi e senti foi apenas o puro preconceito e desinformação.

*O primeiro médico, nem me examinou, apenas me ouviu, passou o valor e que não faria submuscular, apenas aureolar (pelo bico, o que eu não quero, pela perda de sensibilidade);
*A segunda médica, uma ignorante preconceituosa e desinformada, que disse que não operaria uma portadora de transtorno identidade de gênero pois é "diferente" das outras pacientes dela e ela não sabe operar;
*O terceiro, um japonês careiro e também desinformado, que me disse não poder colocar prótese maior que 200ml pois poderia me dar estrias, hello, minha pele é diferente;
*O que foi totalmente rebatido pelo quarto cirurgião, o melhorzinho entre eles, um jovem doutor, que pelo meu peso(71kgs) e altura (1m80) calculou como volume mínimo de 300ml e maximo de 400ml, porém também desinformado e não quis me operar devido a meus documentos ainda estarem irregulares e que seria contra o conselho de ética de medicina.

Ou seja, uma grande cidade de polo médico, eu com dinheiro no bolso pra pagar e nenhum cirurgião pra me operar, me pergunto, como que tanta travesti consegue? Tá, grande parte coloca o industrial de R$ 9,99 mesmo, mas algumas colocam com cirurgiões plasticos renomados, que não tem preconceito, que querem apenas tornar as pessoas felizes e ganhar seu dinheiro. E eu aqui, mulherão, ainda despeitada!

Saindo a regularização dos meus documentos (o que espero para breve) vou junto com a Má num cirurgião plástico e simplesmente não falar nada, ser uma mulher despeitada que quer peito e não fazer um relatório do meu passado médico, nada de ficar internada tb, de preferência fazer cedinho e receber alta a noite e dali quinze dias estar ótima pra estrear o decotão, porque estou cansada dos meus 10mil estarem na poupança rendendo, quero eles rendendo nos peitcholões, muita alegria pra mim (e claro pro namorado rs).

sábado, 9 de maio de 2009

Mães de verdade


O Dia das Mães, supostamente, é para ser uma celebração, mas para nós, mães, essa é uma data para relembrar de como nós temos falhado com nossos filhos. E, consequentemente, como nossos filhos tem nos desapontado. Cada uma de nós temos nossa própria história, algumas tem filhos que se casam fora da sua religião, algumas tem filhos que se relacionam com pessoas do mesmo sexo, e existem, ainda, algumas mães, como eu, que tem filhos com transtorno de identidade de gênero.

Eu senti como se meu filho tivesse traído minha mais profunda moral familiar e princípios religiosos. Eu estava perdida em relação ao que fazer. Eu sou uma cristã conservadora. Como eu poderia reconciliar os ensinamentos da minha igreja com o amor pelo meu filho? Eu não podia. E, então, com o passar dos dias eu pude sentir um grande distanciamento entre nós. Eu pensava nas mães que abandonaram o crescimento dos seus filhos simplesmente cortando-os de suas vidas por eles serem diferentes. Por verem seus valores e princípios, que gastaram a vida toda ensinando, indo embora. Eu pensei naqueles filhos "emocionalmente orfãos" e que ficariam mais ainda no Dia das Mães. Eles deviam comprar cartões dizendo, "Mãe, até mesmo quando você fugiu dos meus chamados eu amo você”. Ou, "Mãe, continuo te desejando bem até mesmo quando você não abriu a porta quando eu bati.” Eu estava envergonhada. Eu não queria ser esse tipo de mãe, não queria receber esse tipo de cartão no Dias das Mães.

Eu estava tão envergonhada quanto você pode estar quando a sociedade diz que você falhou como mãe. Felizmente, uma coisa me envergonhou mais que os julgamentos da sociedade, e era a possibilidade de perder meu filho para sempre, para um mundo que era abertamente hostil com ele. Eu reconsiderei a idéia de deixar meu precioso filho cara-a-cara com tantas pessoas que poderiam fazer sua vida miserável. Eu não faria, eu não podia, considerar a idéia de abandonar o meu filho que eu criei todos esses anos, quando ele mais precisou de mim e me pediu socorro. E eu também não poderia abstrair da idéia de que ele carregaria pelo resto da sua vida a convicção de que ele me desapontou. Eu não queria receber um cartão de Dia das Mães dizendo, "Obrigado, mãe, por me amar até mesmo quando eu matei todos os seus sonhos e planos pra mim". Eu queria mais, alguma coisa maior, queria um cartão dizendo, "Obrigado, mãe, por me amar e me aceitar quando ninguém mais o fez".

Para a maioria das mães, o Dia das Mães é simplesmente uma data para elas serem bajuladas e afirmarem o quão corretas e perfeitas são. Mas para muitas mães com filhos com problemas de gênero, isso não é assim. Esse é um dia para elas lembrarem dos filhos que abandonaram e não aceitaram, para aquelas de nós que tem tido uma jornada de separação e alienação, de esquecimento e aceitação, o Dia das Mães tem uma dimensão que ainda tem que ser captada nos cartões de datas especiais.

Eu fui sortuda, encontrei um modo de salvar o meu relacionamento com meu filho e ainda manter os meus valores intactos. Desci de dentro de um lugar escuro que me amedrontava, olhei para Deus em todo o meu vazio no coração e acendi minha fé dentro de mim. E no final, isso era a reafirmação dos meus principíos religiosos que pediam uma profunda reconciliação com meu filho, pensar nele e não em mim. Quando um filho se relaciona com alguém do mesmo sexo, ou casa com alguém de outra religião, ou simplesmente repudia valores, isso pode dificultar a relação entre mãe e filho. E é exatamente nesse ponto que toda mãe tem que tomar uma decisão sobre como seguir em frente.

Talvez algum dia alguém criará um cartão refletindo a história de reconciliação do amor entre mãe e filho (ou filha). Mas até lá, toda mãe que redescobrir o amor incondicional, receberá um cartão escrito pelo seu filho, com seus próprios sentimentos, ou simplesmente ouvirá "Mãe, obrigada por me aceitar e me amar, como eu sou".


Esse texto anônimo sempre me emocionou, o tenho guardado desde a época do finado fórum de discussão "disforias de gênero" da Samara Sommers.

Graças a Deus, eu tenho uma mãe e um pai excepcionais.
Mãe, amo você! Parabéns pelo seu dia

Foto: Constance (Natasha Richardson) e Ann (Vanessa Redgrave) em cena do lindo filme "Evening". Mãe e filha na ficção e na vida real; Natasha faleceu no começo do ano após um grave acidente de esqui.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Fundamental é mesmo o amor...


é impossível ser feliz sozinho... Reparei nas últimas semanas vários posts, comentários e até dialógos do cotidiano sobre ser solteira, se existe uma obrigatoriedade em estar unida a alguem, se é realmente impossível ser feliz sozinha como disse Tom Jobim em Wave, e até um livro que vi "Melhor mal acompanhada, que solteira".

Acho que cada um sabe o ponto que dói em si. Particularmente, não gosto e nem estou acostumada a ficar solteira, apesar de amar minha companhia e adorar fazer as coisas pra mim mesma, não sou baladeira ou do tipo que sai pra paquerar e azarar, ser cantada e azarada pela torcida do corinthians. Sou para viver em par, uma companheira mesmo, até "careta" pra alguns, mas adoro cinema, teatro, sair pra jantar ou simplesmente cozinhar e deitar na cama pra ver aquele bom filme embaixo do edredom, devidamente acompanhada.

Tem gente que não suporta essa idéia, de dar satisfações, não abre mão das baladas, que não gosta de cozinhar, de mostrar seus dotes de boa menina, não tem saco de conquistar a sogra, nem de ser patricinha e deixar de comprar pra si pra presentea-lo, mesmo sem motivo.

No meu caso, não teria como viver satisfatoriamente sozinha. Prefiro perdoar, relevar, aceitar os erros, os defeitos, entender e superar, do que remoer, orgulhar, prepotentear, me superiorizar, pois acho que sentimentos assim, só nos afastam das pessoas e quando chegar aos 40 e olhar pra trás, pensar no que poderia ter sido "e se..." Não, definitivamente não quero ter o "e se" na minha vida.

Certa vez ouvi e nunca mais esqueci, que não se deve amar pelas qualidades, pelas coisas boas, e pelos bons momentos, mas sim "apesar de", se vc amar alguém apesar dele ser teimoso, apesar dele ser preguiçoso, apesar dele não se abrir, apesar dele ter feito coisas erradas no passado e ter se arrependido delas, apesar de... certamente você está num caminho próspero.



Ter ou não ter namorado, eis a questão

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar. Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.


Artur da Távola
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